terça-feira, 13 de abril de 2010

A vida não acaba com o fim de um relacionamento!

“Uma mulher só conhece, verdadeiramente, o homem na hora da separação”. Essa frase tem martelado na minha cabeça. Se não me engano ouvi nesses depoimentos que aparecem ao final da novela “Viver a vida”. Na hora não fez muito sentido. Até que eu terminei, não um casamento, mas meu último namoro. O Homem mostra realmente, seu lado mais obscuro quando não existe mais o interesse pela pessoa. Ou até o tem, mas de outra forma, o interesse em magoar, afrontar, decepcionar.
Mulheres não são iguais. A Experiencia da dor e do amor pode até nos tornar parecidas, mas nunca, NUNCA iguais. Acredito ser esse o maior erro dos “homens”. Digo assim, entre aspas, porque pra mim um “homem” que trata uma mulher como “igual” ou “comum” não é digno de ser chamado de “homem”. Com h maiúsculo então nem se fala.
Viviane adora um homem loiro, de olhos claros e com um carro. Mas não qualquer carro. Tem que ser o carro do ano. Camila já não se importa com isso. Pode ser um carro comum, desde que o tenha. Loiro? Nem pensar, prefere mesmo um moreninho. Já Fernanda anda a pé, de ônibus, táxi, metrô. Vale tudo pra ficar perto da pessoa amada, fazendo ela feliz é o que importa. Viviane ama joias caríssimas. Camila sabe escolher uma bijuteria que confunde até o melhor dos ourives. Fernanda não sabe nem distinguir um rubi de um “strass”. Qual é a melhor? Nenhuma. São apenas mulheres, diferentes, com necessidades diferentes. Entenda uma coisa. Uma é alucinada com flores, outra é alérgica. Uma viagem a dois deixa uma apaixonada, enquanto um filme em casa, deitada de conchinha faz da outra a mulher mais realizada do mundo.
Pra mim por exemplo, traição não tem perdão. Mas tem outras coisas q me magoam muito mais. Intolerância, hipocrisia, incoerência, mentira. Apesar que a traição também envolva isso tudo, ela se desemboca em um ato.
- Amor. Preciso conversar com você.
- Nossa meu anjo, que ar de preocupação. Aconteceu alguma coisa?
- Aconteceu sim. Mas gostaria que soubesse que te amo muito. Você é realmente o amor da minha vida.
- Você esta me preocupando. Fala logo o que aconteceu
- Eu te traí. Foi só uma vez, não significou nada pra mim. Te amo mais que a mim mesmo. Me perdoe.
- Tudo bem. Também te amo mais que a mim mesmo. Mas não me peça pra perdoar. Se você precisou me trair pra ter certeza que me ama, pra mim não vale a pena. Só espero que tenha valido a pena.
Pronto. Simples assim. O amor ainda existe, mas é como se ele tivesse sido condenado, naquele momento a cadeira elétrica. Vai morrer, aos poucos e pode até demorar, mas vai morrer.
Costumo dizer que as mulheres suportam mais os “defeitos” da pessoa amada. Não por ser essa que vos fala, uma mulherzinha, mas por ter sentido na pele. Experimenta não cozinhar do jeito que seu marido gosta, não fazer tudo o que ele desejar na cama. Não ser tao magra, não ter uma profissão que ele julgue digna, amigos em que ele confie. A mulher abre mão de tudo isso mas e o homem? Os lugares que eu ia não eram bons (pra ir comigo, já pra ir sozinho). Meus amigos/patroes não era decentes (pra mim, porque hoje são melhores amigos). Orkut? Cantar? R*I*D*I*C*U*L*O (a não ser que ele tenha um e que a cantora em questão tenha uns quilos a menos, tanto de gordura quanto de talento).
Não quero ser injusta e fazer como esses “homens” dizendo que todos são iguais. Nunca. Existe sim aquele que vai te aceitar do jeito que você é. Que não vai ter problema nenhum em te apresentar para os amigos, a família. E se a mãe dele não gostar de você azar. Para esse Homem – aí sim, com h maiúsculo e sem aspas – não tem problema. Ele te ama e isso não vai impedir ele de ficar com você! É disso que eu estou falando. É isso que eu quero.
Com o fim do meu último relacionamento me senti como uma criança inocente. Imagine a situação: andando pela rua, pensativa apareceu uma pessoa. Alguém que nunca tinha feito parte da minha vida, até então invisível pra mim. Ele me ofereceu uma bala. Meio desconfiada olhei mas acabei aceitando. Algo me chamou atenção. A embalagem não era tao bonita assim, mas a cor, o tamanho...sei la! Não tem como descrever o sabor da bala. Ao prová-la senti-me a pessoa mais completa do mundo. Uma felicidade plena. Minha família agradeceu e muito aquele estranho. Como eu estava melhor, mais feliz, mais disposta. Mas com o passar do tempo a bala foi ficando “ardida”. É, parece que tinha pimenta. Mas eu já não conseguia ficar sem a bala. E ai tudo mudou. Meus amigos diziam que estava diferente. Minha família começou a se preocupar, meu trabalho já não era bom o suficiente, já não me sentia tao bonita quanto antes, nada me satisfazia. Mas como falar pra todos que a bala, q outrora me fizeram tao bem, agora estava me aprisionando de tal forma que eu já pensava que não conseguia viver sem ela? Eu também não podia. Abri mão de tudo e de todos. Era só eu e a 'bala'.
É, era esse o fim do meu namoro. E o que mais me magoa não é o fim, esse é única certeza que temos na vida. Sempre! Me magoa ser tratada como uma lembrança em meio a tantas outras. “Você foi importante em minha vida”. Não vem com essa. Se eu fui me trate como tal. Ao me ver em meio a tantas outras lembranças, saber que fui reduzida (mais uma vez, era essa a rotina) a uma foto em meio a tantas outras me causou mais dor que o próprio fim. Se for pra ser apenas mais uma lembrança prefiro ser apagada da memória de uma vez. Não quero ser apenas mais uma.
Nesse ponto você que esta lendo deve estar pensando: “ essa garota se acha né?” ou “essa mulher deve ser perfeita, não errou em nenhum ponto?” Ai é que está. O erro foi todo e sempre meu. Hoje consigo enxergar que o amor não era o que eu estava vivendo. Nem paixão, era uma obsessão. Entregar-se demais é bom, mas apenas se for correspondido. Amar sozinho, doar-se por inteiro, abrir mão de sua vida por outra pessoa é pior que tomar veneno em pequenas doses diárias. Vai te consumir, te matar, mas aos poucos.
Não quero, que depois de tanto tempo ausente esse post pareça o desabafo de uma “mal amada”. Não é isso. Fui muito bem amada, só que não o tempo que eu necessitava. Só acho que falar, desabafar é bom. Já que, por culpa minha, e tão minha, meus amigos se afastaram, escrever é minha única saída. Espero também ajudar alguém, que com certeza passa, passou ou vai passar pela mesma situação. Fim de relacionamentos são sempre assim, como uma tempestade que entra na sua casa destrói tudo e ainda te deixa com a impressão que acabou cedo.
Hoje continuo sim, triste, sozinha, perdida, mas já não dói tanto quanto antes. A dor do fim hoje, é menor que a dor que eu sentia ao me ver rejeitada, ridicularizada, diminuída... Se eu puder fazer um apelo o faço aqui: Ame, intensamente mas nunca, jamais, em tempo algum deixe a pessoa ter certeza plena disso. Colocar-se em primeiro lugar não é egoismo, é uma forma de fazer com que os outros te amem ainda mais!