segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Os Sem - caráter

- O caso dele é grave. Infelizmente não encontramos ainda uma saída para o problema, ou mesmo uma cura para a doença!

- Mas doutor, não existe nenhuma medida paliativa? Como vamos conviver com isso?

- Não há nada que possamos fazer... Desculpe!

- Ok então. Já que não se tem solução... Quais os principais sintomas? E o que fazer quando eles aparecerem!

- Os sintomas começam aparecer assim que ele começar a conviver com outras pessoas e tomar consciência dos seus atos. Ou melhor, consciência é uma coisa que não fará parte da sua vida. Apesar disso, ele saberá exatamente o que faz e todo sofrimento que causa nas pessoas e acredite: irá adorar ser o centro das atenções!

Quando criança será muito agitado. Será aquele que zomba de todos. Que fará as brincadeiras mais absurdas e achara graça em todas elas.

Quando adolescente irá enganar, trair, manipular, vai usar as pessoas e continuar fazendo brincadeiras absurdas, mas dessa vez com o sentimento das pessoas! Ele não sabe reconhecer o esforço das pessoas para agradá-lo. E as que fizerem algo de bom pra ele, serão usadas até ele se cansar (ou enjoar).

A senhora será a pessoa que mais vai sofrer com isso tudo. Mesmo que tente imprimir á ele seus valores, princípios e religião ele não vai assimilar!

O importante é não se sentir culpada. Lembre-se ele já nasceu assim.

Quando ele começar a te desrespeitar ou desrespeitar o próximo será o momento mais difícil!

A senhora irá sofrer ao ver pessoas ressentidas e magoadas ao redor dele. E não tenha dúvida, ele é culpado por tudo isso!

Ah e tem mais, mesmo que idade chegue que o tempo passe, ele não irá atingir a chamada "idade adulta". Ele será sempre infantil e com o pensamento de adolescente. EVOLUIR não faz parte do vocabulário dele!

Sinto muito. Mas Falta de caráter não tem mesmo cura!

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Ser enganada ou ser feliz de verdade? Eis a questão!

Hoje a caminho do trabalho encontrei com uma conhecida (namorada de um amigo) e iniciamos uma conversa. Durante o pequeno trajeto ela não se cansou de falar do seu namorado e o quanto ele era maravilhoso. Contava como ele era seu melhor amigo, companheiro enfim, "maravilhoso em tudo o que fazia". Chegou a dizer que fazia tudo para manter esse namoro maravilhoso e que a única coisa que ela temia era da INVEJA das pessoas.

Para mim seria mais um relato qualquer se não fosse o fato de eu conhecer o tal namorado "perfeito". Ele pode até enganar um pouco no começo. Carinhoso quando quer, não é muito de brigar, não reclama muito, trabalhador, mas vive dando a entender que o namoro não é aquela maravilha que as pessoas pensam e que apesar de ter um carinho muito grande pela namorada não à ama a ponto de casar. O que ele sente é gratidão por ela o ajudar em seus empreendimentos e algumas outras inúmeras coisas. Além de fazer a pior coisa que, em minha opinião, alguém pode fazer com a outra: TRAIÇÃO! E não falo de traições esporádicas, porque essas por mais difíceis que sejam de aceitar, podem ser discutíveis. Falo da traição continua (casos duradouros). Enfim!

Fui para o trabalho pensando. O que será que vale mais? Viver uma falsa felicidade, já que está com alguém que você imagina ser uma coisa ou ficar sozinha e esperar por uma pessoa que seja um pouco mais sincera, principalmente em relação aos seus próprios sentimentos? Sim, porque pra mim o que falta nesse relacionamento é sinceridade. Seja dele com ela ou dele com as pessoas.

Eu não quero uma pessoa que me trate bem mais me traia com todas. Que mande mensagem, que sinta saudade e que seja tão carinhoso comigo quanto com as outras na rua. Não quero um namorado que denigra minha imagem com as outras pessoas, que me faça motivo de piada quando chegar aos lugares. Sei que esses namorados são sim, discretos, sabem disfarçar quando chega uma mensagem diferente, quando o telefone toca, mas eles se esquecem de uma coisa: estão lidando com mulheres. Não existe no mundo ser mais rancoroso que uma mulher e elas vão, mais cedo ou mais tarde ridicularizar a pobre coitada da traída (ou chifruda, dá na mesma)

Já passei por algumas situações desconfortáveis com meus ex's e uma das piores foi chegar de mão dada com ele e sentir todos os olhares e comentários: "Olha lá a chifronésia". Nós sabemos quando estamos sendo olhadas por admiração e quando é por puro deboche.

Pensei, pensei e pensei e não cheguei a uma conclusão satisfatória. Acho que o assunto por si já é assim, vazio. A única coisa que sei é que inveja está longe de ser o sentimento q eu tenho por esse relacionamento. E digo mais, ela não deve temer a inveja, mas deveria ter medo da leviandade do seu "namoro perfeito". E ai sim, chego a uma conclusão fácil: Não seja leviano com o coração dos outros. Mas principalmente não ature gente de coração leviano.


Deise Laura

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

O Direito de Calar

“Você tem o direito de ficar calado, tudo o que disser poderá ser utilizado contra você.” Não é exatamente isso, mas é algo assim que os policiais dizem ao prender um suspeito, ao menos nos filmes americanos. O melhor a fazer é não dar um ai e telefonar logo para o advogado pedindo instruções.

Essa advertência é dada apenas no momento em que se está prendendo alguém, o que é uma discriminação. Nós, que a principio não somos suspeitos de cometer crime algum, também deveríamos ser lembrados do nosso direito de ficar calados antes de nos pronunciarmos em qualquer ocasião. Eu, por exemplo, não roubo toca-fitas, não assalto supermercado, não agrido idosos, mas já cometi uma série de infrações verbais. Somos todos suspeitos de ter ferido um amigo com nosso sarcasmo, de ter revelado um segredo que nos foi confiado, de ter falado da nossa intimidade com quem não tinha nada a ver com nossa vida. Quem mandou ser bocudo? Tudo o que foi dito num bate-papo de bar acaba ganhando status de depoimento e um dia poderá se voltar contra nós. Você se abre e depois vem alguém e usa as mesmas declarações para acusá-lo.

Dentre os melhores inícios de livros, eu citaria a primeira e impaciente frase de Seu rosto amanha, de Javier Marías: “Ninguém nunca deveria contar nada, nem fornecer dados, nem veicular histórias, nem fazer com que as pessoas recordem seres que nunca existiram nem pisaram na terra ou cruzaram o mundo, ou que, sim, passaram mas já estavam no mio a salta no retorcido e inseguro esquecimento”. E o livro prossegue nessa vigorosa e apaixonante defesa do silêncio, por mais contraditório que isso seja, pois se não contássemos nada, não existiriam livros.

Palavras salvam, mas também nos deixam vulneráveis. Tudo o que falamos entra pelos ouvidos alheios e é retido numa espécie de caixa-forte que será reaberta na hora em que considerarem por bem nos culpar de alguma coisa. Lá estarão, guardadas como prova de delito, nossas inúmeras contradições, as ofensas ditas no calor de uma briga, as promessas de amor que não se cumpriram, os comentários ferinos que fizemos, as inconfidências, os vacilos, o que gaguejamos covardemente e o que enfatizamos aos gritos, nossas farpas, confissões, tudo o que confiamos aos outros na esperança de não sermos traídos (e tudo o que dissemos traindo a nós mesmos), os pensamentos que já não pensamos mais, os ideais que não se sustentaram, nossos palavrões e nossas medíocres palavrinhas, poucos delas alcançando a comunicação desejada e quase nenhuma chegando perto do que somos de verdade.


***Martha Medeiros***