terça-feira, 26 de abril de 2011

Casamento (IR)Real

Fico impressionada com certas coisas que vejo na TV. Muitas coisas impressionam o mundo como, por exemplo, o terremoto no Japão, ou ainda a guerra na Líbia. Mas existem outras coisas menores me impressionam tanto quando essas coisas. Vi em um desses noticiários uma matéria comentando sobre o tão esperado e cobiçado “casamento real: o casamento do século”. Não é um simples “casório”, será uma união lembrada pro resto da vida da humanidade. Vai entrar pra história. Não esta errado, o que está errado é a alienação das pessoas.

Na matéria a repórter está na porta do apartamento onde o príncipe conheceu Kate. Mostra o numero 13 na porta e conta q o apartamento esta em reforma, e que quem tiver o interesse em alugar o apartamento, tem que entrar em uma gigantesca fila de espera. COMO É QUE É?

O que pensam as pessoas? Talvez se dormirem na cama que a plebéia dormiu, se usar o fogão, olhar pela mesma janela elas também encontrarão o seu “príncipe de Gales encantado”?

Sei que a maioria sonha com o príncipe (ler texto síndrome de Walt Disney abaixo), mas o fato de viver ou usar os mesmo utensílios não vai fazer com que o príncipe bata à sua porta.

A maioria das mulheres pensa: “Essa Kate é mesmo sortuda”. Será mesmo? Nas matérias dessa interminável semana descobri mais um monte de coisas: 1º pra falar com a sogra (diga-se de passagem, Rainha Elizabeth II), só através de um memorando pra registrar oficialmente o encontro. Fala sério, casamento sem sogra, não é casamento NE?

2º Um gongo é tocado no palácio de Buckingham sempre que alguma atividade está para acontecer, seja ela “oficial” ou uma simples refeição. E se caso a senhora rainha resolva que já esta satisfeita e cruze os talheres, pronto. Está acabado o banquete, muito obrigada e não voltem sempre. Mas e se a princesa ainda estiver com fome? (Ela que peça um “Ki fome” talvez?).

3º Milhões de chatices de esposa: Sempre um passo atrás do príncipe, ele fala por ela, ela apenas sorri e acena. Falar? Só se for extremamente necessário e com uma aula de impostação de voz etc, etc, etc...

DEUS Q ME LIVRE. Então essa mulher fez os pobres pais gastarem milhões em uma excelente faculdade pra ela estudar história da arte para que? Pra ser marionete da realeza? Eu sinceramente penso: QUE AZAR o dessa menina

Pra mim o príncipe de hoje “(...)Aguenta o peso das compras do mês, no telhado, ajeitando a antena da tevê. Acordado a noite inteira pra ninar bebê...” Ao invés de invejar o “casamento Real” vamos atrás dos nossos sonhos reais, com pessoas reais, fatos reais, amores reais e ai sim um casamento real. E o real ai não se aplica a realeza e sim a realidade.

Esses tantos eu's...

Redes sociais. Leia-se Orkut, MSN, Facebook, Twitter. Eu meu intitulo como VICIADA. Comecei como a maioria das pessoas: Modinha. Pura e simples. Depois da faculdade descobri que esses meios são importantes ferramentas de comunicação. Pronto. Era o aval necessário para assumir meu vicio sem me sentir doente. Mas eu preciso confessar que mesmo viciada tem algumas coisas q eu ainda não consigo compreender. Exemplo: Porque uma mesma pessoa precisa ter mais de um perfil no Orkut?

Outro dia recebi o convite de um rapaz que já era meu amigo no Orkut. Fiquei na dúvida. Ele está me adicionando de novo? Porque ele tinha me excluído do perfil dele? Talvez eu tivesse feito alguma coisa que ele não gostou ou algo parecido? Esses devaneios me tomaram uns cinco minutos. Como não gosto de coisas mal resolvidas, resolvi vasculhar o perfil dele. Reparei que não era o mesmo, e sim UM NOVO ORKUT. Não me agüentei e tive q perguntar: “- Porque esse novo perfil?” E ele me respondeu como se fosse a coisa mais normal do mundo: “ - É que o meu outro orkut já ta cheio demais. Não cabe mais NOVOS amigos”.

Até ai tudo bem, mas se não comporta NOVOS amigos porque adicionar as mesmas pessoas do antigo? Fazendo uma pequena pesquisa entre meus amigos de Orkut, descobri que 100% das pessoas que têm dois perfis possuem quase todos os amigos do antigo, no novo perfil. E o mais engraçado, a descrição no “quem sou eu” nos dois perfis são diferentes de um pra outro. Então são duas pessoas diferentes com os mesmos amigos?

Como se pode mudar de personalidade, de “quem sou eu” e continuar com os mesmos amigos? Quando digo os mesmos amigos, subentende-se que a pessoa continua freqüentando os mesmo lugares, com os mesmo problemas, com o mesmo emprego... Criam-se vários perfis para a mesma pessoa. Várias identidades pra um mesmo “eu”. Como isso é possível?

Levando isso pra vida real, e não a virtual, acredito ser isso que realmente acontece. Buscamos mudanças superficiais, momentâneas, paliativas. A mudança pra ser vital precisa ser REAL. Precisa partir de dentro pra fora. E a única pessoa capaz de fazer isso somos nós!

Concordo que nenhuma pessoa se comporta da mesma forma em TODOS os ambientes que freqüenta. Falo por mim mesma: a Deise que canta na igreja, não canta da mesma forma em um show de rua. A Deise q vai ás micaretas, não é a mesma q vai a um teatro. Isso é fato. Mas eu não preciso criar vários perfis pra isso. Sou eu mesma, assumindo os papeis que me cabem e isso funciona muito bem na vida real. Onde a dinâmica é diferente, o tempo é outro e a vivencia, por muitas vezes não é tão linda e perfeita como aparentamos no orkut.

Acredito ser essa uma longa e duradoura discussão. E não tenho a pretensão e nem vontade de iniciar isso. Este é apenas um desabafo de quem não tem paciência pra esses tantos de “eu’s” iguaism invadindo meu ÚNICO e sincero “quem sou eu”.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Síndrome de Walt Disney.

Estava assistindo ao noticiário, onde o repórter perguntava para as mulheres na rua se elas acreditavam em príncipes encantados. Tudo isso é claro graças ao assunto do momento: o casamento do príncipe de Gales, Willian, com a "pobre" plebéia Kate. Essa matéria me recordou um texto (q ja devo ate ter publicado aqui, mas não custa repetir a dose) da maravilhosa MARTHA MEDEIROS. Como não poderia ser diferente, também estou escrevendo sobre esse assunto, de uma outra perspectiva talvez mas enquanto o meu texto nao fica pronto: ENJOY!

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Um bebê nasce. O médico anuncia: é uma menina!

A mãe da criança, então, se põe a sonhar com o dia em que a sua princesinha terá um namorado de olhos verdes e casará com ele, vivendo feliz para sempre.
A garotinha ainda nem mamou e já está condenada a dilacerar corações. Laçarotes, babados, contos de fadas: toda mulher carrega a síndrome de Walt Disney.

Até as mais modernas e cosmopolitas têm o sonho secreto de encontrar um príncipe encantado. Como não existe um Antonio Banderas para todas, nos conformamos com analistas de sistemas, gerentes de marketing, engenheiros mecânicos. Ou mecânicos de oficina mesmo, a situação não anda fácil. Serão eles desprezíveis? Que nada. São gentis, nos ajudam com as crianças, dão um duro danado no trabalho e têm o maior prazer em nos levar para jantar. São príncipes à sua maneira, e nós, cinderelas improvisadas, dizemos sim! sim! sim! diante do altar; mas, lá no fundo, a carência existencial herdada no berço jamais será preenchida.

Queremos ser resgatadas da torre do castelo. Queremos que o nosso pretendente enfrente dragões, bruxas, lobos selvagens. Queremos que ele sofra, que vare a noite atrás de nós, que faça tudo o que o José Mayer, o Marcelo Novaes e o Rodrigo Santoro fazem nas novelas. Queremos ouvir “eu te amo” só no último capítulo, de preferência num saguão de aeroporto, quando ele chegará a tempo de nos impedir de embarcar.

O amor na vida real, no entanto, é bem menos arrebatador. “Eu te amo” virou uma frase tão romântica quanto “me passa o açúcar”. Entre casais, é mais fácil ouvir eu “te amo” ao encerrar uma ligação telefônica do que ao vivo e a cores. E fazem isso depois de terem se xingado por meia-hora: “Você vai chegar tarde de novo? Tenha a santa paciência, o que é que você tanto faz nesse escritório? Ontem foi a mesma coisa, que inferno! Eu é que não vou prepar o jantar para você às dez da noite, te vira. Tchau, também te amo.” E batem o telefone, possessos.

Sim, sabemos que a vida real não combina com cenas hollywoodianas. Sabemos que há apenas meia dúzia de castelos no mundo, quase todos abertos à visitação de turistas. Sabemos que os príncipes, hoje, andam meio carecas, usam óculos e cultivam uma barriguinha de chope. Não são
heróicos nem usam capa e espada, mas ao menos são de carne e osso, e a maioria tentaria nos resgatar de um prédio em chamas, caso a escada magirus alcançasse o nosso andar. Não é nada, não é nada, mas já é alguma coisa.

Dificilmente um homem consegue corresponder à expectativa de uma mulher, mas vê-los tentar é comovente. Alguns mandam flores, reservam quarto em hotéizinhos secretos, surpreendem com presentes, passagens aéreas, convites inusitados. São inteligentes, charmosos, ousados, corajosos, batalhadores. Disputam nosso amor como se estivessem numa guerra, e pra quê? Tudo o que recebem em troca é uma mulher que não pára de olhar pela janela, suspirando por algo que nem ela sabe direito o que é.

Perdoem esse nosso desvio cultural, rapazes. Nenhuma mulher se sente amada o suficiente.


***Martha Medeiros***

sexta-feira, 15 de abril de 2011

A bunda dura

É melhor vc ter uma mulher engraçada do que linda, que sempre te acompanha nas festas, adora uma cerveja, gosta de futebol, prefere andar de chinelo e vestidinho, ou então calça jeans desbotada e camiseta básica, faz academia quando dá, come carne, é simpática, não liga pra grana, só quer uma vida tranqüila e saudável, é desencanada e adora dar risada.

Do que ter uma mulher perfeitinha, que não curte nada, se veste feito um manequim de vitrine, nunca toma porre e só sabe contar até quinze, que é até onde chega a sequência de bíceps e tríceps.
Legal mesmo é mulher de verdade. E daí se ela tem celulite?
O senso de humor compensa. Pode ter uns quilinhos a mais, mas é uma ótima companheira.
Pode até ser meio mal educada quando você larga a cueca no meio da sala, mas e daí?
Porque celulite, gordurinhas e desorganização têm solução.
Mas ainda não criaram um remédio pra FUTILIDADE!!"
"E não se esqueça....Mulher bonita demais e melancia grande, ninguém come sozinho!!!!!"


***Arnaldo Jabour***

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Mensagem do dia

"...Pq Deus tem me ensinado que, quando nos deparamos com situações que, aos nossos olhos, não têm solução...
O primeiro passo para alcançar uma vida melhor, mais frutífera, é tomar uma atitude sábia:
fazer uma limpeza interna, uma verdadeira faxina no nosso coração, na nossa alma. Jogar fora o ódio, a mágoa, o rancor, o desânimo, a angústia, a insatisfação.
Eliminar tudo aquilo que faz mal a você!
Não se acomode ao que te incomoda!!!"

sábado, 2 de abril de 2011

Pra Viver Um Grande Amor

Para viver um grande amor, preciso é muita concentração e muito siso, muita seriedade e pouco riso — para viver um grande amor.

Para viver um grande amor, mister é ser um homem de uma só mulher; pois ser de muitas, poxa! é de colher... — não tem nenhum valor.

Para viver um grande amor, primeiro é preciso sagrar-se cavalheiro e ser de sua dama por inteiro — seja lá como for. Há que fazer do corpo uma morada onde clausure-se a mulher amada e postar-se de fora com uma espada — para viver um grande amor.

Para viver um grande amor, vos digo, é preciso atenção como o "velho amigo", que porque é só vos quer sempre consigo para iludir o grande amor. É preciso muitíssimo cuidado com quem quer que não esteja apaixonado, pois quem não está, está sempre preparado pra chatear o grande amor.

Para viver um amor, na realidade, há que compenetrar-se da verdade de que não existe amor sem fidelidade — para viver um grande amor. Pois quem trai seu amor por vanidade é um desconhecedor da liberdade, dessa imensa, indizível liberdade que traz um só amor.

Para viver um grande amor, il faut além de fiel, ser bem conhecedor de arte culinária e de judô — para viver um grande amor.

Para viver um grande amor perfeito, não basta ser apenas bom sujeito; é preciso também ter muito peito — peito de remador. É preciso olhar sempre a bem-amada como a sua primeira namorada e sua viúva também, amortalhada no seu finado amor.

É muito necessário ter em vista um crédito de rosas no florista — muito mais, muito mais que na modista! — para aprazer ao grande amor. Pois do que o grande amor quer saber mesmo, é de amor, é de amor, de amor a esmo; depois, um tutuzinho com torresmo conta ponto a favor...

Conta ponto saber fazer coisinhas: ovos mexidos, camarões, sopinhas, molhos, strogonoffs — comidinhas para depois do amor. E o que há de melhor que ir pra cozinha e preparar com amor uma galinha com uma rica e gostosa farofinha, para o seu grande amor?

Para viver um grande amor é muito, muito importante viver sempre junto e até ser, se possível, um só defunto — pra não morrer de dor. É preciso um cuidado permanente não só com o corpo mas também com a mente, pois qualquer "baixo" seu, a amada sente — e esfria um pouco o amor. Há que ser bem cortês sem cortesia; doce e conciliador sem covardia; saber ganhar dinheiro com poesia — para viver um grande amor.

É preciso saber tomar uísque (com o mau bebedor nunca se arrisque!) e ser impermeável ao diz-que-diz-que — que não quer nada com o amor.

Mas tudo isso não adianta nada, se nesta selva oscura e desvairada não se souber achar a bem-amada — para viver um grande amor.

***Vinicius de Morais***