quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Quando o desamor é confundindo com amor


Um pai provoca um acidente e mata seus quatro filhos.
Uma mãe se hospeda em um motel no interior. Mata suas duas filhas e logo após se enforca.
Tudo isso, a principio causado pelo fim de um relacionamento, ou melhor, pela não aceitação desse fim. Esses são só dois exemplos dos vários que nos chegam todos os dias através da televisão, do rádio e da internet.
 -“Esse ‘negócio’ de amar tem se tornado cada vez mais perigoso né?” me disse uma amiga.
E eu retruquei: Na verdade não. A falta de amor é que se torna cada dia mais perigoso!
Hoje em dia eu costumo brincar com essa coisa de amor, de relacionamento e etc. Tem uma música que diz: “O amor é uma flor roxa que nasce no coração dos trouxas”.
Quem me conhece sabe o quanto eu já reclamei e sofri por 'amor'. Já tive namorado roubado pela minha melhor amiga (e eu achei que iria morrer). Já tive namorado que me traiu. Bom, na verdade verdadeira mesmo meu namorado ‘namorava comigo’ e MORAVA com outra mulher (e quando eu descobri achei que iria morrer de novo). Já tive um ‘amor’ que passávamos praticamente todos os finais de semana juntos. Quando não era trabalhando era junto mesmo. Viajamos sozinhos. Conheci a família dele, a casa dele, mas de acordo com ele, não era namoro. E, pasmem, eu o aceitei de qualquer jeito. Desse eu fui ‘a outra’, a 3° opção, e eu o aceitei mesmo sabendo que ele ficava com toda e qualquer pessoa que demonstrasse o mínimo de interesse por ele (e por causa desse eu quase morri de verdade).​
Como eu chorei, como eu sofri. Não por não ser amada. Sofri por não ME amar o suficiente. Sofri por não ter o mínimo que todo o ser humano precisa ter: amor próprio!
E esse ‘desamor’ que é, quase sempre, confundido com amor!
Frases como: ”- Eu amo tanto aquela pessoa que não consigo viver sem ela." podem ser facilmente traduzidas por: Você não se ama o suficiente pra saber o quão especial você é!
Uma coisa é verdade inegável: onde NÃO EXISTE o amor próprio não pode haver NUNCA amor pelo outro!
Esse papo parece meio clichê, meio piegas, mas é a mais pura verdade. Verdade essa que já me falaram várias, inúmeras, incontáveis vezes e eu, não sei por que razão, não conseguia entender!
Hoje eu não me arrependo de nada. Nem das histórias que vivi e muito menos do sofrimento que eu julgo ter passado. Claro que não viveria nada disso de novo se eu tivesse escolha, mas eu sei que foi graças a esses "amores", esse “sofrimento”, que cheguei onde eu estou hoje.
Eu acredito, de verdade, que todo sofrimento é valido.  É através dele que nos tornamos pessoas melhores. O sofrimento nos faz crescer, amadurecer. Mas esse tipo de sofrimento é totalmente dispensável.
Amar o próximo como a SI mesmo... Não o próximo MAIS que a si mesmo!

E esse tal de amor próprio e complicado viu! Assim como o amor ao próximo deve ser exercitado dia a dia. Em cada momento, em cada ação, em cada atitude e principalmente em cada decisão.
Pra cultivar o amor próprio você deve entender que você nasceu sozinho e vai morrer assim (ou você já ouviu falar em caixão duplex?). Por mais que você goste das pessoas e que elas sejam sim importantes pra sua vida, pro seu desenvolvimento ninguém, absolutamente NINGUEM é INDISPENSÁVEL (nem você) e acredite em mim: você não vai morrer por isso.
Quando você entende que estar sozinho não é assim tão ruim você começa a se curtir mais. Não tem mais medo de ir ao cinema ”forever alone”. Vai àquela festinha ou mesmo a um casamento desacompanhado numa boa porque afinal de contas... antes só certo?
Quando você perde o medo de estar ou ficar sozinha você começa a se gostar mais e esse é um dos passos fundamentais para o alcance do amor próprio. Se aceite da forma como você é. Gorda, baixa, cabelo curto, como longo, nariguda, orelhuda ou qualquer outra coisa que tenham te falado.
Pode até ser verdade. Você pode não ser uma atriz ou ator da Globo, uma Panicat ou um bombadão, mas e daí? Existe um ditado que minha mãe sempre me disse que é a mais certa do mundo: Há sempre um chinelo velho para um pé cansado.  Se for pra ficar com alguém, esse alguém tem que te aceitar do jeitinho que você é. Com seus defeitos e qualidades. Com suas manias e costumes. Com suas caras, bocas e trejeitos. Se não fosse assim. Se só os lindos, ricos, legais e bem sucedidos seriam felizes e teriam os relacionamentos mais perfeitos do mundo... E nós sabemos que não é isso que acontece né?  E se você ai acredita que nasceu pra ser frigideira (a panela que não tem tampa) está tudo certo também. Quem ama a si próprio nunca está sozinho!
Mais um passo é aprender a dizer não. Não é qualquer um que merece sua atenção, sua dedicação, sua preocupação. Diga não inclusive pra você e não aceite menos do que você merece! Por vezes você vai até parecer metida para alguns. Vai ouvir que você está "se achando" como dizem por ai, mas não é isso. Se colocar em primeiro lugar não é egoísmo, convencimento ou coisas assim. Se valorizar é ter AMOR PRÓPRIO!
Por último, mas não menos importante: NÃO LIGUE PARA O QUE OS OUTROS FALAM/PENSAM. Esse nem precisa explicar muito certo? Deixa falar, você esta preocupada e ocupada demais com você e se amando.Enfim... é complicado mas não impossível. Na verdade sei que nada do que qualquer outra pessoa te falar vai fazer você começar se amar agora, amanha ou depois. Eu mesmo não sei quando foi que eu comecei a me amar tanto assim. Talvez um misto de maturidade com decisões certas nos momentos exatos... Não sei! Só sei que se amar é o melhor dos sentimentos. O amor próprio é o mais fiel e duradouro dos amores. Que tal começar a praticar hoje?


   

***Deise Laura***